Esta é a altura em que os cristãos celebram a crucificação e morte de Jesus Cristo (sexta feira santa), e a sua ressurreição (Domingo).
Em pequena adorava a Páscoa, não pelo seu sentido religioso, mas porque a minha avó materna conseguia juntar os filhos, noras e genros, assim como os todos os netos.
Era sempre uma casa cheia, sentia-se no ar o amor, calor, amizade, carinho, e felicidade, e não sentia isto só por ser criança, mas porque na minha família somos assim… Gostamos de estar juntos, amamo-nos, partilhamos dores e alegrias, e estamos presentes na vida uns dos outros, sobretudo nos piores momentos…
Ainda me lembro de passar alguns domingos de Páscoa no campo, com toda a família, para estarmos todos juntos, porque o meu avô era pastor e não podia deixar o gado sozinho…Era fantástico, éramos só nós, sem televisões, sem distracções…apenas a família, o diálogo e as brincadeiras entre nós.
A Páscoa desde sempre que me significou estar em família, mas quando a minha avó morreu tudo perdeu um pouco o significado, pelo menos para mim, e apesar de não comentarmos, penso que todos sentimos o mesmo… mas continuamos a juntar-nos e a manter essa nossa “tradição”.
Tive uma educ
ação de base cristã, mas não praticante até aos meus 16 anos de idade, nessa altura tornei-me praticante até aos 20 anos, altura em que a minha avó morreu, segunda - feira após a Páscoa, e deixei de acreditar em Deus e em religião.

E nunca mais consegui acreditar em religião, Deus, Virgens e afins…como poderia ser cínica e acreditar em tais pressupostos se todos os dias existe mais maldade e egoísmo neste nosso mundo?
Neste momento a Páscoa é só um momento para estar em família, um momento para estar com aqueles que amo e que me amam verdadeiramente…que não me mentem, que me apoiam, que me gritam quando é necessário, que me conhecem e aceitam tal e qual como sou, incluído os defeitos (que não são poucos).
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