domingo, 17 de abril de 2011

Fetos e Afectos

Não vou manifestar a minha opinião sobre o aborto, nem a minha intenção é influenciar a favor ou contra, com esta partilha. Sou sobretudo a favor do poder de decisão de qualquer mulher.
 Infelizmente quando existe uma gravidez afecta tanto á mulher como ao homem, mas por muito que afecte o homem, é à mulher que irá trazer mais alterações, quer sejam físicas ou emocionais.
Por muito desejada que seja a gravidez, o homem, geralmente, começa a sentir-se pai no momento do parto, mas a maioria das mulheres sentem-se mães desde que tem conhecimento deste facto.
Quando a gravidez não é desejada e o aborto é uma forte hipótese, eu defendo, que apesar de futuramente influenciar homem e mulher, a decisão final deve ser da mulher. É ela que vai sentir a perda e um vazio que não tem como se preencher após realizado o aborto.
Mais uma vez, não pretendo influenciar ou manifestar opiniões, mas sim partilhar conversas.
Tudo isto porque até à muito pouco tempo eu desconhecia o desenvolvimento embrionário/ fetal, assim como muitas amigas minhas, e na conversa com uma delas percebi o quanto existe uma ideia errada.
Uma mulher geralmente quando sabe da existência da gravidez está grávida de 4 a 5 semanas, e tem possibilidade de optar por uma interrupção voluntária da gravidez até à 10 semana, tendo em atenção que depois de recorrer a uma consulta onde manifesta interesse por essa interrupção, tem 3 dias para repensar no assunto, e terá tanto o apoio de um psicólogo como do serviço social se solicitar.
É muito importante que essa seja mesmo a decisão da mulher, e não seja uma decisão por medo ou influência de um homem que não quer assumir um filho. Porque as cicatrizes que ficam são muito profundas. .
No meio disto tudo, desta conversa toda, só quero mesmo partilhar alguma informação que desconhecia, ou pelo menos, não conhecia com tanto pormenor. Um embrião com 5 semanas tem mais uma forma de girino do que de um bebé, mas o seu coração já bate regularmente. E com 9 semanas os dedos das mãos e dos pés são claramente visíveis.
Portanto com 9 semanas o embrião já tem todo o aspecto de um bebé, mas em tamanho minúsculo.
Todas as mulheres que decidem fazer o aborto, não será certamente de animo leve, pelo menos quero acreditar que não…
Infelizmente existem mulheres que tudo fazem para serem mães, e esse prazer, desejo é-lhes negado porque o destino assim o quer.
Enquanto alguns “bebés” são eliminados por vontade da progenitora, outros infelizmente não têm hipótese de nascer, porque muitas vezes a mãe sofre um aborto sem saber como, sem razão que o explique, e talvez essa ainda seja a maior cruz que uma mulher terá que suportar…



2 comentários:

  1. Sabes Spyki, eu concordo contigo em "quase tudo"!Isto é, há uma altura para tudo, há uma idade para tudo! Uma jovem de 14 anos, de 17 anos( 17 anos, lembras-te?!) não tem capacidade nem fisica nem emocional para decidir o quer que seja.
    Não é criança, mas tambem não é mulher!
    As marcas ficam, isso ficam...até ao resto das suas vidas e raros serão os dias em que não recordam aquela decisão que "quase" foram obrigadas a tomar pelos seus progenitores, achando que essa seria a atitude mais acertada...E várias vezes, essas " crianças" serão acordadas o resto da vida por esse pesadelo imundo poque passaram...
    Não digo tudo isto porque sou a favor do aborto! Eu digo é que há uma idade "mais certa"!
    Sejamos concrectos!
    Uma criança, pode educar outra criança?!
    Hoje eu sei que não!
    No entanto sou a favor da liberdade de todas as mulheres!
    A consciencia é de quem a tem!
    Mas se fosse a minha filha, eu nao teria feito o mesmo?!....

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  2. Pelo que te conheço, terias falado com a tua filha e dar-lhe-ias os possiveis caminhos com o que cada um tem de bom e de mau, mas respeitarias a sua decisão, e dar-lhe-ias todo o apoio...
    Nunca a obrigarias a nada, e de facto existe uma fase em que não são crianças nem mulheres, e podem não saber o que querem mas sabem o que não querem...

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